Os 27 Nakshatras (Estrelas ou Mansões Lunares) da Astrologia Védica

Nakshatras são as 27 estrelas, asterismos, constelações e/ou mansões lunares da Astrologia Védica. Este conhecimento data de aproximadamente 5 a 7 mil anos e tem sua origem pré-ariana na civilização do Indo ou Harappa, pré-cultura Védica. Estas estrelas são divididas em 3 grandes grupos de 9 asterismos: estrelas masculinas, femininas e hermafroditas. Foram também classificadas em termos de DEVA GANAN (Divinas), MANUSHYA (Humanas) e RAKSHASA (Materialistas).

Classificação dos Nakshatras

• Dévica (Divinas): Ashwini, Mrigishira, Punarvasu, Pushyami, Hasta, Swati, Anuradha, Sravana, Revati.

• Manushya (Humanas): Rohini, Bharani, Ardra, Purva Phalguni, Purva Ashada, Purva Bhadra, Uttara Bhadra.

• Rakshasa (Materialísticas): Aslesha, Krittika, Magha, Chitra, Vishakha, Jyeshtha, Moola, Dhanishta, Satabisha.

SINASTRIA ASTRAL CONJUGAL se observa a compatibilidade sexual (Yoni) do casal pela comparação do YONI (MILAN) das estrelas (Nakshatras) de cada um, como na TABELA abaixo:

O Conceito dos Nakshatras no Zodíaco

O zodíaco, de acordo com  astrologia indiana, comreende 360 graus. Existem 27 Nakshatras ou constelações nele. Portanto, o valor de cada constelação é de 13 graus e 20 minutos quando medido a partir do ponto inicial fixo.

Cada Nakshatra é dividido em padas ou charan (quartos), sendo que cada Nakshatra tem 4 padas ou charan. Esses 27 Nakshatras (constelações) completam o círculo inteiro de 360 graus do zodíaco.

O conceito de Nakshatras é usado na astrologia védica para previsões precisas e análises astrológicas. Janam Nakshatra é o Nakshatra no qual a Lua Natal é colocada no momento do nascimento. O Janam Nakshatra fornece uma visão dos padrões de pensamento, características da pessoa e é crucial para o cálculo do período dasha.

A Mitologia por Trás dos Nakshatras

De acordo com a mitologia hindu, a Lua (Chandra) casou-se com todas as 27 filhas do rei Daksha, que são os 27 Nakshatras no céu. No entanto, a Lua (Chandra) amava passar tempo apenas com sua amada rainha Rohini Nakshatra, que também é o ponto de exaltação para a Lua.

As outras esposas (Nakshatras) reclamaram com seu pai (Rei Daksha). O Rei solicitou repetidamente à Lua que mudasse sua natureza, mas não conseguiu. Finalmente, o Rei Daksha ficou irritado e amaldiçoou Chandra, fazendo com que ele diminuísse de tamanho. Chandra começou a minguar.

Como as consequências disso não foram boas, todos os Devas intervieram e solicitaram ao Rei Daksha que retirasse a maldição. O Rei, garantindo que a Lua (Chandra) visitaria todas as suas esposas, e como a maldição não podia ser revogada completamente, disse que a Lua recuperaria sua força por meio mês (quatorze dias). Essa é a razão pela qual a Lua transita todos os 27 Nakshatras em um mês, completando a órbita do zodíaco, causando Amavasya (Lua Nova) e Poornima (Lua Cheia) e, consequentemente, aumentando e diminuindo de tamanho.

Os Nakshatras da Astrologia Védica: Uso Antigo e Contemporâneo

Por: Dennis M. Harness,      (Ph.D. e Maire M. Masco)

“Nestas vinte e oito mansões estão escondidos muitos segredos da sabedoria dos antigos, pelos quais eles fizeram maravilhas em todas as coisas que estão sob o círculo da Lua”.

— Cornelius Agrippa, Alquimista/Mágico (c. 1500 d.C.)

Origens Históricas das Mansões Lunares

Antes de a eclíptica ser dividida em doze signos do zodíaco, os antigos astrônomos indianos reconheceram 27 divisões chamadas Nakshatras. O uso primário dos Nakshatras é uma diferença fundamental entre a astrologia ocidental e a védica. É preciso explorar profundamente os Nakshatras para apreciar a diversidade e a riqueza da astrologia védica.

A Lua leva cerca de 27,3 dias para completar sua jornada ao redor da eclíptica. Os Nakshatras representam o movimento diário médio da Lua em relação às estrelas fixas. Cada segmento diário é identificado por uma pequena constelação ou uma única estrela. Originalmente, o comprimento de cada Nakshatra variava, mas na época em que o Surya Siddhanta (c. 500 d.C.) foi escrito, um texto clássico de astronomia, os segmentos foram fixados em um comprimento de 13 graus e 20 minutos de arco.

O termo sânscrito Nakshatra se traduz como “aquilo que não decai” (na – não e kshatra – destrutível). Naksh também pode indicar aproximar-se, adorar, guardar ou proteger. Tra é um sufixo que implica uma ferramenta ou instrumento. Assim, os Nakshatras são eles próprios um meio de adoração.

Cada Nakshatra tem um símbolo que enfatiza seu significado. Ao contrário do zodíaco ou “círculo de animais”, os Nakshatras são simbolizados por objetos inanimados. Swati é mostrado como uma folha de grama balançando ao vento, Chitra é mostrado como uma pérola e Anuradha é simbolizado por uma flor de lótus.

Cada Nakshatra é governado por uma divindade védica. Assim, encontramos Ashwini governado pelos gêmeos Ashwin, os médicos dos deuses, e Hasta governado por Savitar, a força criativa do Sol.

O Rig Veda é uma compilação de hinos aos deuses e a primeira composição conhecida em uma língua indo-europeia, codificada no máximo em 1500 a.C. Vários Nakshatras são mencionados pelo nome no Rig Veda. Novas pesquisas acadêmicas sugerem que todos os Nakshatras podem ser encontrados no Rig Veda, referenciados por sua divindade associada.

A referência mais antiga ao zodíaco solar completo com base em 12 divisões de signos é encontrada na Mesopotâmia por volta de 450 a.C., mas os astrólogos indianos estavam usando as 27 divisões dos Nakshatras muito antes. As listas originais dos Nakshatras sempre começam com Krittika, que é associada às Plêiades. Estudiosos acreditam que o sistema Nakshatra foi desenvolvido durante o tempo em que o equinócio vernal ocorreu no asterismo das Plêiades (o período em que as Plêiades se ergueram heliacalmente no equinócio vernal foi de 2720 a 1760 a.C.).

Uso Histórico e Contemporâneo dos Nakshatras

O uso principal dos Nakshatras na cultura indiana antiga era determinar quando os rituais religiosos eram conduzidos. A posição da Lua era crítica para o resultado bem-sucedido de qualquer ritual ou sacrifício.

Os Nakshatras também eram usados no nome de crianças. Cada Nakshatra é associado a uma sílaba ou som específico, e estes seriam a base do nome religioso dado a uma criança.

Além de seu uso tradicional, os usos contemporâneos dos Nakshatras incluem:

• Muhurta ou Astrologia Eletiva: Os Nakshatras são classificados por qualidade (“leves”, “afiadas”, “móveis” ou “fixas”). Essas categorias são usadas principalmente em Muhurta, ou astrologia eletiva (para escolher o melhor momento para iniciar eventos).

• Astrologia Mundana: A localização da Lua pode ser usada na astrologia mundana, pois o Nakshatra da Lua reflete os padrões de comportamento social devido ao seu reflexo do público em geral.

• Sinastria Astral Conjugal Védica: Os Nakshatras são usados extensivamente para compatibilidade de relacionamentos (sistema de pontos kuta), mesmo na Índia contemporânea.

• Gráfico Harmônico Navamsha (D-9): Os Nakshatras são conectados ao Navamsha (9º Mapa Astral Védico harmônico), pois cada Nakshatra é dividido em quatro partes iguais que correspondem às 108 divisões usadas para calcular o Mapa D-9 (usado para refletir o carma conjugal e as tendências espirituais mais profundas).

• Sistema Dasha Védico: O uso mais conhecido dos Nakshatras é como a base do cálculo do sistema Vimshottari Dasha. Onde um indivíduo começa no ciclo Dasha (períodos de vida regidos pelos planetas) é determinado pelo planeta regente de seu Nakshatra Lunar de nascimento.

Mitologia e Espiritualidade Védica

A profundidade mitológica e espiritual do material Nakshatra está se concretizando no Ocidente. Explorar a rica mitologia dos Nakshatras oferece insights espirituais e psicológicos profundos. De acordo com o Taittiriya Brahmana 1.5.2, “Aquele que oferece adoração aqui alcança o mundo do céu. Essa é a Nakshatra dos Nakshatras.” Assim, os Nakshatras criam uma ponte cósmica entre a mente humana e a mente universal.

Para os antigos videntes (Rishis), os Nakshatras e planetas no céu eram forças espirituais distribuindo bênçãos divinas à humanidade, recompensando-nos com os frutos do nosso carma.

 A Perspectiva do Astrólogo

O JYOTISH ou Astrologia Védica utiliza o conhecimento dos 27 Nakshatras (estrelas, asterismos ou mansões lunares) além dos Planetas (Grahas):

• Sol (Surya)

• Lua (Chandra)

• Mercúrio (Budha)

• Vênus (Shukra)

• Marte (Kuja ou Mangal)

• Júpiter (Guru)

• Saturno (Shani)

• Rahu (Cabeça do Dragão)

• Ketu (Cauda do Dragão)

E eu também uso os Planetas Transpessoais ou Transcendentais: Urano, Netuno e Plutão, pois são muito importantes não só para o estudo de uma era, geração, como também da condição psicológica, emocional e espiritual das pessoas!

É muito importante no estudo das previsões, dos períodos (Mahadashas, Antardashas, Pratyantardashas, Sookshmadasha, Paranadasha, Dehadasha) da vida regidos pelos Planetas (Grahas), o conhecimento dos diferentes Nakshatras (estrelas) associadas aos respectivos Planetas (Grahas).

Nakshatras Indicadores de Riqueza

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